O que encontras neste texto:
Sozinha em casa, uma mulher procura consolo na música e no Instagram… até encontrar um story de Leo.
O desejo fala mais alto e, pela primeira vez, ela responde a uma pergunta íntima: “Ser dominada”.
O que começa com uma troca tímida de mensagens transforma-se num jogo de submissão e prazer partilhado, onde a confiança, o corpo e a mente se entregam por completo. Sem filtros. Sem porno. Só ela, Leo… e o poder da conexão.
Mais um dia. Eram sete horas e estava a escurecer, já tinha chegado a casa há muito tempo.
Estava sozinha de novo mas isso nunca me tinha incomodado. Eu gostava da minha companhia, mas hoje faltava algo.
Pus música para ver se a minha casa não ficava tão vazia. Era a música favorita e fui para o sofá mexer no telemóvel.
Havia um story do Leo. Ultimamente tornou-se num pequeno hábito verificar se existia algo partilhado por ele.
Leo era um criador de contos eróticos, desmistificava todo o acto tornando-o especial e inesquecível. Algo que eu já não tinha há muito tempo.
Andava a ver muito porno e sou sincera, os orgasmos estimulados por vídeos não eram a mesma coisa, eram rápidos e não me faziam sentir poderosa.
As pernas não tremiam, a respiração não era ofegante. Fazia-o porque dentro de mim ainda achava que ninguém me iria conseguir dar tudo isso.
É difícil chegar ao orgasmo. Eles são apressados, querem tudo e não fazem nada. Olham para uma mulher e não sabem por onde hão de começar: mamas, clitoris?
Há alguns que começam com paciência, com pequenos beijos pelo corpo, mas assim que estão dentro de nós, esquecem-se que, por vezes, o nosso maior prazer vem de fora.
Eu tinha inseguranças, não conseguia mostrar o meu corpo nu de luz acesa. Pedia sempre para apagar a luz e talvez seja por isso que eles se apressavam, não sei.
Voltando ao story do Leo, abri. Era uma caixa de perguntas, oh céus, sim!
Eu adorava ver as perguntas dominantes dele, e as respostas excitadas e desesperadas dos seus seguidores.
Ele parecia um porto seguro onde todos podiam e deviam partilhar os seus desejos.
Mas eu nunca o fiz. Até hoje.
Era uma caixinha de perguntas! Boa!
Ele já tinha publicado há um tempo, então teria respostas interessantes para ver.
Puxei as minhas pernas para cima do sofá e aninhei-me, ansiosa com aquele meu pequeno prazer.
A pergunta era sobre coisas que gostávamos no sexo. E era com cada coisa…
Uau, estas pessoas não se importam que ele saiba quem são? — analisava cada resposta imaginando a pessoa que estava a responder — se o Leo soubesse…
A vontade era tanta, tanta… queria falar, queria exteriorizar. As minhas amigas eram mais pudicas que eu, pelo menos era o que eu achava. Na volta eram fãs do Leo também.
Queria escrever o que eu gostava porque, na realidade, ultimamente parece que não conseguiam entender o que eu precisava no acto sexual.
“Ser dominada”, respondi.
Não tinha nada de mal, era apenas um desabafo. E também, com a quantidade de respostas que ele tinha, ele nunca iria reparar na minha simples confissão.
Iria partilhar, talvez, mas ele não conseguia dar atenção a todos os seguidores.
Certo? Errado.
Recebo uma mensagem. Com a foto que eu já conhecia. Era o Leo, ele tinha me mandado uma mensagem.
Não abri. Pus o telemóvel de lado. Comecei a ter arrepios no corpo, ele tinha mesmo mandado uma mensagem? Será que era normal?
Agarro no telemóvel e olho para as mensagens.
Abre só — falaram as vozes da minha cabeça. Três palavras apenas.
“Ser dominada, como?”
O tom autoritário, como se ele estivesse mesmo à minha frente, como se ele estivesse a andar e descobriu-me, ali indefesa cheia de vontade.
Engoli em seco. O que é que é suposto eu responder? Que adoro que me arrastem para a cama e me fodam com toda a força que têm?
Sem medos? O que ele pensaria de mim?
Bato com a mão na cabeça e suspiro. O que é que eu fui fazer? Nem tenho conversa para continuar… ele vai ficar desiludido…
Mas ele estava focado em mim agora. O aviso verde que ele estava online era como se estivesse ali na expectativa da minha resposta.
Bora miúda, responde — pensei.
Decidi que iria partilhar um segredo com o Leo
“A todos os sentidos, sentir-me perdida, desejada, como nunca o fui”.
E pronto, desgracei-me. Estaria eu a enviar um convite para esta personagem que criei na minha cabeça?
Não estão a perceber, mas eu não sabia quem era este Leo, e tinha a certeza que o seu nome não seria esse.
Três bolinhas apareceram e soube que ele estava a escrever. Não saí do chat, estava demasiado atenta, o meu corpo era fogo e eu precisava de saber se tinha ido longe demais.
“Posso dar-te uma tarefa?”
Sim, era uma das coisas que mais me intrigava. O Leo criava um conteúdo em que os seguidores escolhiam um emoji numa caixa de “sondagem” e cada um era código para um tipo de tarefa.
Nunca tive coragem de escolher um, pois sabia que aquela ação teria uma consequência para a qual eu não teria capacidade de corresponder.
“Que tipo de tarefa? Não tenho jeito para nada disto”.
E era verdade. Eu tirava fotos a mim mesma, eu gravava-me mas nunca mandei para um namorado meu.
Não tinha confiança, apesar de me excitar muito comigo. Tinha muito orgulho, conseguia excitar-me a olhar para mim e a usar os meus brinquedos.
Adorava ver-me, tocava-me nas mamas, chupava os meus próprios líquidos, e sabia tão bem.
“Podemos começar por algo simples, devo pedir-te uma tarefa?”
Eu já estava excitada só de pensar que ele desejava que eu fizesse algo. O Leo estava ali, a falar comigo.
Naquele momento, naquele chat era só eu e ele.
“Está bem, o que seria essa tal tarefa?” Bem, vamos jogar então.
“Quero te ver, manda-me uma foto tua, quero ver o que tens para mim”
Uma foto? Só uma foto? Não.. ele estava a testar-me.
Ele queria ver até que ponto ele podia ir e eu também não queria dar o ar de santa, porque para ter lançado o isco ele saberia perfeitamente que santa eu não era.
Saí da aplicação e fui para a pasta oculto. Tinha de ter algo, algo para lhe mostrar.
— Esta é perfeita — disse para mim. Enviar.
Enviei uma foto minha deitada apenas com um body preto de renda. Eu já pingava.
Pus os dedos para conferir o meu estado. Confere, estava tão molhada, suspirei e provei, será que ele gostaria do meu sabor? Oh céus, eu estou mesmo a pensar nisto?
Vista.
Ele viu. Pânico. Será que era muito mais do mesmo, será que o Léo recebia fotos destas a toda a hora? Será que eu era diferente?
“Fds, és tão tesuda”.
Revirei os olhos, senti um quase orgasmo, era tão estranho estar tão excitada por tão pouco. Ele tinha gostado. Ele tinha mesmo gostado.
“Gostaste?”
Não sei porquê, precisava de ter a certeza. Não respondeu.
O que estaria ele a fazer? Será que teria de dividir a atenção por algumas seguidoras e agora não dava para me responder?
Saí da aplicação e entrei outra vez na minha pasta oculta. Comecei a ver os meus vídeos, neste estava a gravar-me com o meu vibrador no máximo, estava sentada na cama, apenas de soutien e cuecas.
Subia e descia, o meu peito acompanhava todo movimento. Tirei as calças de fato de treino e fiquei apenas de t-shirt e cuecas.
Mordi o lábio. Eu era tesuda, só não me conseguia mostrar. Se me excitava tanto a mim, porque é que não tinha coragem de o mostrar?
Uma notificação do Léo. Sim.
“Quero mais”
Um facto sobre mim. A tesão deixa-me corajosa, como se estivesse embriagada.
Levantei-me, apoiei o telemóvel no móvel da sala e pus a gravar.
Estava de frente para a câmara. A minha cara pouco aparecia. Apoiei-me no móvel com uma mão, e pus a outra no meu sexo.
Comecei a tocar-me, a minha boca aparecia e estava aberta, a conter um gemido.
Ele não veria nada, apenas imaginaria. Enfiei um dedo e um grito sufocado saiu. Estava tão excitada. Sorri, olhei para o vídeo e parei de gravar.
A enviar…
Meu Deus, tinha sido tão bom. Continuei a tocar-me. Mas mais contida.
Queria prolongar, queria ver onde isto ia dar. A minha cona latejava. Doía de tanto prazer.
Vista.
Esperei, com o chat aberto. “Foda-se”
Sorri. Sim, era isto que eu queria. Leo a ligar…
Desliguei. Não, não, não.
Fiquei nervosa.
“Não quero fazer chamada”
Ligar em vídeo iria ser algo tão não controlado. E eu não queria chegar a esse ponto.
“Fica só a ver. Quero mostrar-te como fico ao ver-te” Eu queria vê-lo? Queria.
Leo a ligar. Aceitei.
A minha câmera estava desligada e a dele ligada com o pau grande e grosso em grande plano. Veias visíveis. Ele estava tão duro, tão perfeito. Isto era o meu primeiro porno.
O que era suposto fazer?
Fiquei a ver. Ele batia, ele apertava, ele gemia. Comecei a tocar-me. Ele desligou.
“Gostaste?” Perguntou.
Se eu gostei? Queria tanto que ele estivesse aqui só para ver como me tocava, como a minha cona estava inchada e sensível por ver aquela grossura toda e imaginá-la entrar dentro de mim.
“Quero mais” joguei o mesmo jogo que ele. “Diz-me, diz-me o que me fazias agora”
O que eu faria? O que me dava mais vontade de fazer agora? Precisava daquele pau na minha boca antes de tudo.
“Ajoelhava-me, por cima dos meus pés. Agarrava-te com uma mão, enquanto te engolia e a outra mão esfregava-me. Depois de te levar quase ao limite, tiraria a boca, manteria aberta e com a língua de fora, enquanto te batia, à espera do teu leite na minha cara.”
Eu estava quase no meu limite. Só precisava de saber se ele estava também. “Foda-se vou-me vir tanto, pede leite, pede”.
Iríamos vir-nos ao mesmo tempo. “Dá-me o teu leite, Leo”.
Vim tanto. Tanto.
Isto não tinha sido rápido, não tinha sido fácil. Eu não respirava. Não sentia as pernas.
Naquela noite não precisei de ver porno nem do meu vibrador. Tinha o Leo. “Vim me tanto, porra, por ti”.
Sorri, eu amava ser dominada, mas dar prazer, era como se fosse um propósito para mim. E ele tinha tido “tanto” prazer “por mim”.
Orgulho, era tudo o que sentia, além das virilhas doridas, claro. “Guardas o meu segredo, Léo?”
“Guardo todos os teus segredos, querida”.