Era uma noite de inverno em Lisboa, e, como muitas vezes acontecia, eu estava no sofá a percorrer o Instagram. Entre fotografias de comida e viagens, o algoritmo surpreendeu-me ao sugerir um perfil intrigante. Digamos que se chamava “Conexões Reais”, e era claramente o perfil de um casal.
Nada agressivo ou explícito, mas as legendas e as fotos transmitiam uma energia peculiar, uma mistura de intimidade e liberdade. Não sei o que me levou a seguir aquele perfil, mas senti-me compelido a enviar uma mensagem.
“O vosso perfil é fascinante. A energia que transmitem é única”, escrevi.
No dia seguinte, vi uma notificação do tal perfil e vi que tinham respondido à minha mensagem. Abri o chat com uma mistura de curiosidade e esperança.
“Olá, muito obrigado pelas palavras! Adoramos conhecer pessoas que também valorizam este tipo de conexão.”
Era evidente que estavam habituados a iniciar conversas deste género. A partir dali, tudo se desenrolou com naturalidade.
Eles apresentaram-se: Sofia e Miguel, ambos com 30 e poucos anos, viviam no centro de Lisboa e adoravam conhecer pessoas para “trocar experiências e ideias”.
Depois de alguns dias de conversa no Instagram, a Sofia perguntou-me casualmente:
“Que achas de vires conhecer-nos? Estamos a pensar organizar algo descontraído em nossa casa no próximo sábado.”
O convite foi direto e inesperado, mas algo na forma calorosa como comunicavam fez-me sentir confortável.
Perguntei-me se estava a entrar em algo fora da minha zona de conforto, mas a curiosidade era maior do que a hesitação. Confirmei a minha presença.
Na noite do encontro, cheguei ao endereço que me deram. O prédio era antigo, com a típica arquitetura lisboeta, azulejos azuis a decorar a fachada.
O som dos meus passos ecoava pelo pequeno hall de entrada, e a expectativa fazia o meu coração bater mais rápido.
Subi pelo elevador de ferro, uma peça vintage com detalhes de latão trabalhado, e, enquanto o elevador subia lentamente, senti o nervosismo a crescer.
Quando a porta se abriu, fui recebido pela Sofia e pelo Miguel.
A Sofia usava um vestido preto justo, que abraçava o seu corpo de forma perfeita, destacando as curvas de maneira subtil, mas elegante.
O tecido era leve, quase sedoso, com uma abertura lateral que revelava parte da sua perna quando ela se movimentava.
As alças finas cruzavam-se delicadamente nas costas, deixando parte da pele exposta (via bem as suas tatuagens).
Um colar dourado minimalista repousava na sua clavícula, brilhando à luz quente do apartamento. Nos pés, calçava uns saltos pretos de tira fina, que completavam o conjunto com um toque de sofisticação.
O perfume dela era doce e envolvente, uma mistura floral e amadeirada que parecia preencher o ar ao seu redor. O Miguel, por outro lado, exibia uma postura descontraída mas cuidadosamente polida.
Usava uma camisa branca ligeiramente ajustada, com as mangas dobradas até os antebraços, revelando um relógio elegante de mostrador preto. A camisa estava desabotoada até ao segundo botão, mostrando um vislumbre do seu peito bronzeado.
Combinava com umas calças chino cinzentas e uns sapatos de couro castanho escuro impecavelmente polidos.
O seu perfume tinha um toque cítrico e amadeirado, algo fresco, mas marcante. Ambos sorriam calorosamente, e, num gesto acolhedor, a Sofia estendeu a mão para me cumprimentar.
O toque dela era firme, mas suave, enquanto os seus olhos brilhavam com uma mistura de curiosidade e confiança.
O Miguel, ao apertar minha mão, manteve o olhar direto e sereno, transmitindo segurança.
“É um prazer finalmente conhecermos-te pessoalmente”, disse a Sofia, com o seu sorriso a iluminar o ambiente. A casa, por sua vez, refletia a personalidade deles – acolhedora, moderna e cuidadosamente decorada.
No hall de entrada, uma mesa de madeira com um pequeno vaso de flores frescas recebia os visitantes. As luzes eram amenas e criavam uma atmosfera íntima, sendo que uma playlist de música ambiente suave tocava ao fundo.
No ar, havia um leve aroma de velas perfumadas, algo que parecia ser baunilha com um toque de especiarias. Sentámo-nos à mesa, onde havia vinho tinto e uma seleção de queijos e frutas.
A Sofia e o Miguel eram encantadores, faziam perguntas, ouviam com atenção e partilhavam histórias de viagens e aventuras.
Comecei a perceber que aquele casal tinha uma sinergia impressionante. Enquanto a Sofia falava, o Miguel olhava para ela com uma admiração genuína, e vice-versa. Eu sentia que havia algo mais a acontecer, mas eles nunca ultrapassaram os limites do confortável. Depois de algum tempo, em que a conversa fluía naturalmente e as taças de vinho se esvaziavam lentamente, o Miguel olhou discretamente para o relógio no pulso.
Ele sorriu, e, com a tranquilidade de quem parecia saber exactamente o que estava a fazer, sugeriu:
“Está na hora de nos prepararmos para sair. Temos uma festa marcada com amigos. Vais adorar o grupo, são todos muito acolhedores.”
A Sofia, que estava sentada no sofá ao meu lado, ajeitou o vestido, cruzou as pernas e inclinou-se ligeiramente para a frente.
“É num espaço privado, nada muito grande, mas é sempre divertido,” acrescentou.
Fiquei em silêncio por uns segundos, a processar o convite.
A ideia de entrar num ambiente desconhecido e potencialmente fora da minha zona de conforto deixava-me inquieto, mas o carisma da Sofia e a confiança tranquila do Miguel eram irresistíveis. Já estava demasiado envolvido na energia deles para recuar agora. Aceitei com um aceno de cabeça e um sorriso.
Antes de sairmos, a Sofia levantou-se e foi até ao quarto, enquanto o Miguel se aproximou de um pequeno aparador na sala e pegou num frasco de perfume.
“Espera só um instante, vamos já sair,” disse ele, lançando-me uma piscadela despreocupada enquanto borrifava um pouco do perfume dele nos pulsos.
Quando a Sofia voltou, parecia ainda mais deslumbrante do que antes. Tinha renovado o batom vermelho, agora mais vibrante, e acentuara o olhar com um ligeiro retoque de eyeliner, que deixava os seus olhos ainda mais penetrantes.
Vestira um casaco de cabedal preto curto, que lhe conferia um ar ousado, mas elegante, e trocara os sapatos de salto alto por umas botas de salto médio, sofisticadas, mas claramente mais confortáveis.
O Miguel, por outro lado, ajustara o colarinho da camisa e substituíra os sapatos de couro castanho por uns ténis pretos discretos, que lhe davam um visual mais descontraído, mas ainda com um toque de estilo.
“Prontos?” perguntou a Sofia, ajeitando o cabelo num gesto automático, enquanto sorria.
Saímos os três juntos, descendo pelo elevador estreito, e fomos recebidos pelo ar fresco da noite lisboeta. Confesso que eu estava nervoso.
As ruas estavam tranquilas, iluminadas pelas lâmpadas amarelas típicas da cidade, e o som distante de um eléctrico cruzava-se com o murmúrio do rio Tejo ao longe.
Caminhámos por alguns metros até encontrarmos um táxi estacionado ao virar da esquina. O Miguel abriu a porta para que eu e a Sofia entrássemos primeiro. No interior, o táxi estava quente e confortável.
O motorista, um homem de meia-idade com um bigode bem aparado, cumprimentou-nos com um educado “Boa noite.”
O Miguel deu a morada do local ao motorista, mas fê-lo num tom baixo e discreto, como se estivesse habituado àquele tipo de destino.
A viagem foi curta, mas o suficiente para que a ansiedade começasse a crescer dentro de mim. A Sofia, sentada no banco do meio entre mim e o Miguel, inclinou-se ligeiramente para a frente para espreitar pela janela.
“Já estiveste nesta zona antes?” perguntou ela, virando-se para mim. Fiz que não com a cabeça, e ela sorriu de forma cúmplice, como se estivesse satisfeita por me levar para um lugar novo. Quando o táxi parou, dei por mim numa rua discreta, ladeada por prédios de fachadas simples, sem qualquer sinal que indicasse o que estava para além daquelas portas.
O Miguel pagou ao motorista e saiu primeiro, seguido pela Sofia, que segurou a porta para mim, enquanto dizia:
“É aqui,” com um tom que misturava excitação e mistério. A entrada era modesta, uma porta de ferro preta com um pequeno intercomunicador ao lado. O Miguel pressionou o botão e disse algo baixinho, suficientemente inaudível para mim.
Após alguns segundos, uma voz respondeu:
“Podem entrar.”
Um clique suave soou, e a porta abriu-se. O corredor era estreito e pouco iluminado, com luzes embutidas nas paredes que guiavam o caminho.
O chão de madeira antiga rangia levemente sob os nossos passos, enquanto subíamos uma escadaria em espiral, que parecia levar a um outro mundo.
A cada degrau, o som de música suave e vozes abafadas tornava-se mais audível, aumentando a expectativa.
Quando o Miguel abriu a porta no topo das escadas, fiquei imediatamente envolvido pelo ambiente do espaço.
Era amplo, mas acolhedor, iluminado por velas e luzes baixas que criavam uma atmosfera íntima.
A decoração era moderna, mas sem ser pretensiosa: sofás em tons neutros estavam dispostos em círculos, mesas baixas com copos e garrafas de vinho estavam estrategicamente espalhadas. Havia cerca de 10 ou 15 pessoas no local, organizadas em pequenos grupos, a conversar e a rir descontraidamente.
Cada rosto parecia brilhar com uma expressão de conforto e confiança, como se aquele fosse o único lugar no mundo onde queriam estar.
“Bem-vindo,” disse o Miguel, pousando a mão no meu ombro e conduzindo-me para dentro. “Esta é a nossa pequena comunidade. Vais gostar de estar aqui.”
A Sofia virou-se para mim, com um sorriso brincalhão nos lábios.
“Vamos buscar algo para beber? A noite ainda agora começou,” disse ela, enquanto me guiava em direcção a um bar improvisado.
A iluminação era suave, com pequenos candeeiros a projetar sombras delicadas nas paredes de tons quentes.
Atrás do balcão, um homem alto, de barba bem aparada e camisa ligeiramente desabotoada, servia bebidas com a naturalidade de quem já conhecia bem os gostos dos presentes.
“O de sempre, Sofia?” perguntou ele, com um sorriso conhecedor.
Ela assentiu, apoiando os cotovelos no balcão e inclinando-se ligeiramente para a frente. O movimento fez com que o vestido subisse um pouco, revelando mais da sua perna bem definida. O Miguel encostou-se casualmente ao balcão ao meu lado, observando tudo com aquele olhar tranquilo, mas atento.
“E para ti?” perguntou a Sofia, voltando-se para mim com um sorriso sedutor.
“Surpreende-me,” respondi, sem desviar o olhar do dela.
O barman serviu um cocktail âmbar num copo baixo, com uma rodela de laranja na borda. O primeiro gole aqueceu-me a garganta e espalhou-se lentamente pelo corpo.
A Sofia ergueu o seu copo e o Miguel fez o mesmo.
“A novas conexões,” disse ela, tocando o seu copo no meu.
“A novas experiências,” acrescentou o Miguel, num tom baixo, mas carregado de intenções. O ambiente à nossa volta parecia vibrar com uma energia própria.
Casais e pequenos grupos conversavam, alguns sentados nos sofás, outros encostados a paredes, os olhares trocados a dizerem mais do que as palavras.
Havia uma fluidez natural nos gestos, um entendimento silencioso entre todos. A Sofia deslizou a ponta dos dedos pelo meu braço enquanto falava, o toque breve, mas intencional a despertar algo dentro de mim.
“Estás a gostar da noite até agora?” perguntou, inclinando-se ligeiramente, de forma a que o perfume dela se misturasse com a respiração quente que me roçava o pescoço.
“Mais do que estava à espera,” respondi, a minha voz mais grave do que o habitual.
O Miguel observava-nos com um pequeno sorriso, o olhar calmo e seguro. Era fascinante a forma como ele e a Sofia se moviam, como se fossem duas peças de um mecanismo perfeitamente ajustado, que sabiam exatamente como envolver alguém na sua dança.
Ela pousou a mão na coxa de Miguel, mantendo os olhos em mim.
“É sempre interessante quando alguém novo entra neste mundo,” disse, mordiscando subtilmente o lábio inferior. A tensão entre nós crescia, cada troca de olhares um convite silencioso. A Sofia deslizou os dedos pelo caule do copo antes de o pousar, como se cada gesto seu tivesse um propósito.
Depois, pegou-me pela mão e levou-me até um dos sofás mais afastados da sala, onde a luz era mais discreta. O Miguel seguiu-nos, sentando-se ao lado dela, com uma descontração estudada. O espaço à nossa volta parecia desaparecer.
Eu estava ali, entre eles, envolto na sua energia magnética. Ela virou-se para mim, cruzando as pernas devagar, o tecido do vestido a deslizar suavemente sobre a pele.
“Surpreende-me,” desafiei.
“Gosto da antecipação. Da forma como um olhar pode dizer tudo antes de qualquer palavra ser dita.
Da tensão que se constrói antes de um toque se tornar inevitável.”
As palavras dela pairaram no ar por um instante. O Miguel sorriu, inclinando-se para trás no sofá, sem pressa, como se saboreasse cada momento. O jogo estava lançado.
O ambiente à nossa volta parecia esbater-se, reduzindo-se à luz baixa, ao som abafado da música e ao calor que crescia entre nós. A Sofia, sentada ao meu lado, inclinou-se ligeiramente, com os seus olhos fixos nos meus enquanto mordia suavemente o lábio inferior.
A ponta dos seus dedos deslizou pelo meu braço num toque leve, mas intencional, deixando um rasto de eletricidade na pele. A sua respiração misturava-se com a minha quando se aproximou mais, tão perto que senti o seu perfume doce e envolvente envolver-me.
Não houve palavras – apenas o momento, carregado de expectativa. Os seus lábios tocaram os meus num beijo suave, exploratório, como se quisesse prolongar ao máximo aquela sensação.
Os movimentos eram lentos, como se testasse os limites do desejo que pairava no ar. Os dedos dela deslizaram pelo meu peito, descendo devagar, traçando um caminho que fazia o meu corpo reagir de forma involuntária. O Miguel, sentado ao lado dela, observava-nos em silêncio, o olhar atento, mas descontraído.
Havia algo fascinante na forma como ele parecia apreciar cada momento sem pressa, como se aquele fosse um ritual já conhecido e saboreado vezes sem conta.
A Sofia não se afastou quando Miguel se inclinou ligeiramente. Em vez disso, a sua mão pousou no ombro dele, puxando-o para mais perto.
O beijo entre nós tornou-se mais profundo, mais envolvente, e, num gesto natural, ela virou-se para também capturar os lábios do marido, deixando-se levar pela conexão entre os três. A sensação era inebriante, os movimentos dela eram fluidos, como se conduzisse um jogo do qual sabia exatamente as regras.
O espaço entre nós desaparecera por completo, e a temperatura à nossa volta parecia ter subido alguns graus.
A música continuava a tocar, distante, como se o mundo exterior já não existisse. O tempo parecia suspenso, cada toque, cada olhar, cada respiração tornando-se parte de uma dança que se desenrolava de forma quase instintiva.
Não sei exatamente quando aconteceu, mas senti a atmosfera do salão mudar. O murmúrio das conversas foi-se tornando mais baixo, substituído por olhares mais intensos e toques mais ousados.
No sofá ao lado, um casal que antes conversava descontraidamente começou a aproximar-se, os gestos tornando-se mais íntimos. No outro canto da sala, uma mulher de cabelo apanhado ria enquanto se inclinava para o parceiro, os lábios roçando-se antes de o beijo se aprofundar.
A Sofia afastou-se ligeiramente e olhou em volta, como se quisesse partilhar comigo o que estava a acontecer.
Com um sorriso divertido, deslizou os dedos pelos botões do vestido e, num movimento fluído, deixou-o deslizar pelos ombros, revelando a pele macia sob a luz amena do espaço. Eu podia agora ver os seus mamilos salientes, expostos no tecido. Muitas pessoas na sala começavam-se a despir.
Será que ia acontecer uma orgia? Eu sentia a tensão no ar, estava muito excitado, louco para foder a Sofia. Já só pensava em penetrá-la, em vê-la de quatro naquele sofá.
O sofá tornou-se um ponto de convergência, os corpos movendo-se com naturalidade, como se todas as barreiras tivessem sido deixadas à porta.
A música continuava a tocar, mas já ninguém prestava atenção. Havia uma nova melodia no ar, feita de sussurros, toques e leves gemidos.
A Sofia voltou a focar-se em mim, os dedos quentes a deslizarem pela minha pele, e sussurrou ao meu ouvido, com um sorriso:
“Agora sim, estás a ver o verdadeiro espírito desta festa.”
O Miguel recostou-se no sofá por um momento, observando a Sofia com aquele olhar tranquilo, mas carregado de intenção.
Depois, sem pressa, levantou-se, alisando a camisa ligeiramente amarrotada pelo momento que partilhávamos, embora já estivesse com ela toda aberta, denotando-se os abdominais.
Estendeu a mão à Sofia, e ela, com um sorriso enigmático, aceitou-a sem hesitação, os dedos entrelaçando-se num gesto que parecia já ensaiado inúmeras vezes.
Ela virou-se para mim, com os olhos a brilhar sob a luz amena do espaço, e, sem dizer muito, fez-me um convite silencioso.
“Vem connosco,” murmurou, estendendo a outra mão para mim.
Havia algo na sua voz que tornava impossível recusar.
A forma como as palavras deslizavam pelos lábios dela, o tom tranquilo, mas repleto de promessa, fez com que o meu corpo reagisse antes mesmo da minha mente (e isso notava-se no meu volume).
Levantei-me e segui-os sem hesitar, sentindo o murmúrio do salão esmorecer atrás de nós enquanto atravessávamos uma porta discreta num dos cantos da sala.
O corredor era iluminado por luzes suaves embutidas na parede, lançando sombras longas e elegantes à nossa passagem.
A Sofia caminhava à minha frente, os quadris a balançarem de forma natural e hipnotizante, enquanto o Miguel mantinha a mão pousada suavemente na parte inferior das suas costas, guiando-a com uma familiaridade cúmplice.
Quando a porta à nossa frente se abriu, percebi que não éramos os primeiros a chegar. O quarto era espaçoso, decorado de forma intimista, com tecidos leves e tons neutros que conferiam um ambiente acolhedor.
No centro, um grande colchão ocupava boa parte do espaço, coberto por lençóis macios e almofadas estrategicamente dispostas. Mas o que realmente captou a minha atenção foi o casal que já estava lá dentro, nu e suado.
A mulher tinha o cabelo solto e ondulado, que caía pelos ombros de forma descuidada, como se já estivesse envolvida naquele ambiente há tempo suficiente para deixar qualquer preocupação para trás. O homem, ao seu lado, parecia igualmente confortável e satisfeito.
A Sofia sorriu ao ver o casal e virou-se ligeiramente para mim, deslizando os dedos pelo meu pulso antes de murmurar:
“Estás pronto para dar o próximo passo?”
Abanei a cabeça e quase instantaneamente fui despido pela Sofia. Ela e o marido também se despiram. O Miguel e o homem que já estava dentro do quarto, distanciaram-se, trocando carícias. No caso, o Miguel começou a receber sexo oral.
As mulheres, por sua vez, ajoelharam-se ao pé de mim e começaram a chupar-me de forma sincronizada. Uma acariciava-me os testiculos, enquanto a outra colocava metade do pau na boca. Ouvi-las a engasgarem-se à vez, a ficarem loucas, a saliva a escorrer dos queixos, os mamilos duros…
O cenário era todo ele incrível e tenho-o na memória até hoje. Os gemidos começaram a surgir de todos os lados. Do Miguel, que tal como eu, era chupado, eu que me deliciava com tudo aquilo e as meninas, com beijos longos e a masturbarem-se enquanto faziam o sexo oral em duo.
Não tardou até eu ir para a cama com elas. Fodi a Sofia em canzana, enquanto a outra mulher (que só mais tarde soube que se chamava Irina) me fazia um beijo grego.
Por sua vez, o Miguel também penetrou o marido da Irina enquanto nos observava (não muito longe da cama).
Confesso que a sentada da Irina foi indescritível e quase que me vinha aí, tendo parado e pedido para elas brincarem uma com a outra. Por fim, a Sofia pediu-me algo que me levou à loucura, fazer algo que adoro e me deixa extremamente excitado – sexo anal.
“Come-me o cu, mete esse pau duro dentro de mim e vem-te”.
Entre trocas de preservativos e colocação de lubrificante, o Miguel vinha-se na cara do marido da Irina bissexual que todas as semanas frequentava o clube. Assim que os gemidos acalmaram, os meus começaram a eclodir naquele espaço. Palmadas fortes, coração acelerado, penetrações profundas e contínuas.
A Sofia estava louca, a Irina vice-versa (era chupada pela Sofia ao mesmo tempo) e não demorou até eu me vir abundantemente dentro dela. Sentia o cu dela a contrair, enquanto eu abria bem as nádegas dela e marcava os meus dedos na pele dela.
Entre mais vinho, paragens, descanso e ainda mais sexo, a noite prolongou-se até as horas perderem o significado.
O ambiente do clube, carregado de energia e desejo, foi-se desvanecendo gradualmente, até que nos apercebemos de que éramos dos últimos a sair.
A Sofia, com os cabelos um pouco desalinhados e um brilho satisfeito nos olhos, trocou um olhar com o Miguel.
Ele, sempre tranquilo, passou-lhe um braço à volta da cintura e inclinou-se para murmurar algo ao seu ouvido, fazendo-a sorrir.
“Vamos?” perguntou-me ela, passando os dedos levemente pelo meu braço, como se não houvesse pressa para quebrar a ligação da noite.
Aceitei sem hesitação. Não queria que aquela experiência terminasse ali. Vestimo-nos e voltámos ao salão principal, que agora parecia outro.
Já não havia o burburinho das conversas, os sofás antes ocupados agora vazios, com copos esquecidos aqui e ali. A equipa do clube começava a arrumar discretamente, mas ninguém parecia apressado. O ambiente era descontraído, como se aquilo fosse um ritual repetido todas as noites.
O Miguel guiou-nos até à saída. Do lado de fora, a brisa noturna de Lisboa era fresca e revigorante, um contraste com o calor do espaço que acabávamos de deixar.
Apanhámos um táxi, e durante o caminho, a Sofia manteve-se encostada ao meu ombro, traçando pequenos círculos na minha mão com a ponta dos dedos.
Quando chegámos ao prédio deles, tudo parecia calmo, como se o mundo lá fora estivesse alheio ao que tínhamos vivido. Assim que entrámos, o Miguel tirou a chave do bolso e pousou-a casualmente sobre o aparador da entrada. A Sofia descalçou-se e foi buscar uma garrafa de vinho que tinha deixado no frigorífico.
“Espero que tenhas gostado da experiência,” disse ela, servindo três copos e entregando-me um.
“Gostei,” respondi, sincero. “Mas tenho uma pergunta… Como é que conheceram este clube?
Pareciam tão à vontade, como se fosse a vossa segunda casa.” Porque é,” disse ele, levando o copo aos lábios.
Franzi a testa por um instante, sem perceber completamente o significado das suas palavras. A Sofia riu-se e sentou-se ao meu lado no sofá, cruzando as pernas.
“O clube… é nosso,” revelou, com um brilho divertido no olhar.
Fiquei em silêncio por um momento, assimilando a informação.
De repente, tudo fazia sentido.
A forma como se moviam por lá, o à-vontade com que interagiam com todos, a maneira como a equipa do espaço os olhava, não como simples clientes, mas como algo mais.
“Surpreso?” perguntou a Sofia, inclinando-se ligeiramente na minha direção.
“Um bocado,” admiti, rindo.
O Miguel enconstou-se no sofá, relaxado.
“Gostamos de criar um espaço onde as pessoas possam ser livres, explorar sem julgamentos.
O que viveste esta noite é exatamente o que queremos proporcionar a quem nos visita.”
Passei os dedos pela borda do copo, processando tudo.
Nunca tinha imaginado que aquela noite me levaria não só a novas experiências, mas também a um segredo inesperado.
A Sofia pousou a mão na minha perna e sorriu.
“Acho que vais gostar de voltar.”
E, pela primeira vez em muito tempo, tive a certeza de que sim.







