Lembro-me do primeiro dia que o conheci. Como se fosse hoje, ficou à porta, apagou o cigarro, perguntou se podia entrar e eu dei-lhe permissão.
Depois disso, ajudou-me a pôr a mesa para o jantar, abriu o vinho e pediu que fosse a primeira a experimentar.
Dei um gole, e a sua cara parecia mística a tentar perceber se tinha gostado da sua escolha.
Sorri, disse que estava ótimo.
Começámos a conversar enquanto comíamos um pouco e falávamos de tudo e de nada, do que nos levou até ali, do que tínhamos de planos, das coisas que fazíamos mais estranhas, ou que pelo menos outras pessoas achariam estranho.
O vinho ajudou a relaxar a tensão do meu corpo, e recordo que cruzei as pernas de forma a que tocassem nas suas. Atraia-me, não só fisicamente, mas a conversa, puxou por tudo o que eu queria em alguém.
Sem grandes demoras, o braço dele, sobrepôs sobre as costas da minha cadeira e começa a mexer no meu cabelo ondulado.
Vamos.
Agarrou-me na mão, fomos até à janela da cozinha e ele acendeu primeiro o meu cigarro e depois o dele.
Olhava-me, apreciava-me, neste momento não havia apenas o desejo, havia o “vou querer mais disto”.
A noite ainda era uma criança para nós
Posso?
Claro, gosto quando me mexem no cabelo.
Na verdade não gostava, detestava o toque humano na sua generalidade, mas era ele, e ele podia.
Falámos enquanto abríamos uma segunda garrafa de vinho, ria-mos de disparates que nem me lembro.
Já te estás a rir muito, devias parar agora de beber.
Eu estou bem. – sorri a olhar nos seus olhos.
Não sei se foi por ter fixo os olhos nos dele, mas a sua mão colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e puxou o meu rosto para junto do seu, dando um beijo no qual me envolvi completamente e sem dúvidas.
Tchichin? – tilinteia ele com o copo de vinho a chamar para fazermos um brinde.
Tchinchin. – sorri sem jeito. O meu coração batia sem coordenação e estava completamente nervosa com tudo o que estava a acontecer e a adorar ao mesmo tempo.
Mal o brinde tlintou, ele voltou a puxar o meu rosto para o dele, e desta vez o beijo foi mais demorado, a sua língua procurou a minha em urgência, a sua mão puxava a minha nuca para mais perto e perto do rosto dele, enquanto a outra mão puxava pela minha cintura para que ficássemos mais perto, colados um ao outro.
Não era algo que não tenha sido alimentado, nós já nos conhecíamos, sem conhecer, conversávamos todos os dias durante meses, este primeiro encontro era ansiado pelos dois.
Entre respirações.
Fumamos um cigarro, bebemos café e vamos ver um filme?
Parece-me perfeito. – estava mais descontraída, o cheiro dele cativava-me.
A classe com que ele fumava o seu cigarro fez-me observá-lo de mais perto. O seu nariz delineado e comprido, contrastava com o seu rosto, os olhos pairavam no infinito enquanto cada bafada saia do seu peito. A sua outra mão puxou por mim para que estivesse próxima dele.
Sempre me tinha incomodado o cheiro a tabaco, mas nele, parecia uma fragrância irresistível, apetecível.
Apagou o cigarro no cinzeiro que tinha colocado na beirada da janela da cozinha pronto para ele.
Agarrou na minha mão.
Vamos?
Eu acenei com a cabeça e acedi, estava hipnotizada, acho que naquele momento ia a qualquer lado com ele.
Já sentados de sofá, tentei manter a distância, cada um no seu ponto.
Ele liga a televisão e perguntou o que me apetecia ver.
Que estupidez, não me apetecia ver nada, absolutamente nada que não ele.
Põe algo que te apeteça ver. Queres mais vinho? – questionei, precisava de desacelerar, talvez me acalmasse ou piorasse mas tinha de beber mais um copo.
Ainda tens algum no frio?
Um rosé, não é dos melhores, mas serve.
Vou buscar.
O andar másculo enquanto atravessava o corredor e trazia a garrafa de vinho na mão com os dois copos, arrepiou-me a espinha.
Voltou a sentar-se, encheu os dois copos e brindamos.
Ele aproximou-se de mim, senti desejo no olhar dele, e garanto que eu estava igual, porque estava encharcada e o meu corpo só pedia o dele.
O seu nariz roçou no meu, fazendo carinho e os seus lábios procuraram novamente os meus, num beijo urgente, fervente, com línguas que se cruzavam, com corpos que se colavam.
Não eram precisas palavras.
A minha mão rapidamente procurou pelo botão das suas calças, senti a sua erecção e isso excitou-me ainda mais, queria ver, tocar, tudo.
Ele não me deixou.
Começou a despir-me peça por peça, a blusa foi a primeira a sair, enquanto via as minhas pequenas tatuagens, beijava-me o pescoço procurando cada ponto que me fizesse suspirar. Trincou os meus mamilos e usou deles, como se a sua boca os quisesse de forma urgente.
A sua mão desce e entra nas minhas calças, massaja o meu clitoris e procura perceber o quão pronta para ele eu estava.
Estava encharcada, não havia muita coisa a dizer.
Ele excitava-me.
Despiu-me as calças com gentileza e pressa ao mesmo tempo. Ele queria-me.
Deitou-me no sofá e puxou as minhas pernas para junto da sua boca, a sua barba roçava nos pontos erogenos fazendo com que eu não conseguisse aguentar e gemesse bem alto. A minha mão agarra no seu cabelo o coloca para mais perto, como se o quisesse lá dentro, ele não parou, não parou até sentir as minhas paredes apertarem nos seus dedos e eu vir-me na sua boca de forma sonora enquanto o olhava nos olhos.
Depois disso levantou-se e eu disse algo como:
Estás demasiado vestido não achas?
Preverso respondeu.
Estou? Acho que temos que resolver então.
Comecei por beija-lo sentindo a sua erecção nas calças contra a minha pele, senti o meu sabor na boca dele e cada vez mais o queria dentro de mim.
Tirei-lhe a Tshirt e vi pela primeira vez o seu peito nu, o meu tipo de homem, era o que eu idealizava quando pensava em homem. Suspirei.
Desapertei-lhe as calças colocando-as para baixo, e em seguida os boxers, que mostraram rapidamente o seu penis ereto e a sua cara de satisfação ao ver que eu o apreciava.
A minha língua delineou a sua glande e a minha mão massajava em movimentos lentos e fáceis de cima baixo a parte de baixo do seu penis, a minha boca abriu e coloquei-o dentro da minha boca, sentir o sabor dele, ferveu-me. A mão dele agarrou-me o cabelo fazendo pequenos movimentos para que a minha boca entrasse e saísse do seu penis.
Depois mandou-me parar. Obedeci.
Deitou-me novamente no sofá, colocou-se em cima de mim e roçou-se durante aquilo que me parecia uma eternidade na minha humidade.
Queria-o dentro, dentro de mim. Trincava os meus mamilos, o meu pescoço, beijava com urgência os meus lábios.
Até que já sem muita paciência nenhum dos dois, penetra-me. Ambos gememos.
Não foi preciso muito tempo para ambos nos virmos. A intensidade tinha sido eruptiva.
Vamos fumar? Perguntou.